Gripe aviária H5N2 em humanos: riscos, prevenção e tratamento

Em junho de 2024, a OMS confirmou a primeira morte humana provocada pela gripe aviária H5N2. O paciente vivia no México, tinha 59 anos e não apresentava histórico de contato com aves e outros animais. Esse evento acendeu o alerta das autoridades em saúde no mundo todo. ¹

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o risco para o público é baixo e não requer atenção específica. Apenas os trabalhadores de granjas e pessoas que lidam com animais silvestres necessitam de cuidados especiais. ^1,2

Para entender melhor o nível de ameaça, esse post explicará o que é a gripe aviária H5N2, bem como outras variantes similares da influenza. Também falaremos sobre as diferenças para a chamada gripe comum, quais sintomas pode causar e o que você pode fazer para se cuidar.

Resumo:

• A gripe aviária H5N2 é uma variante da influenza tipo A. Os vírus desse grupo podem infectar humanos e animais de outras espécies, como suínos, bovinos, equinos e aves, tanto de granja quanto silvestres. ^1,2
• Há registros de pessoas que pegaram o vírus da gripe aviária de animais, geralmente entre trabalhadores de granjas, expostos à secreção e aos excrementos de aves. Porém, não há evidências de transmissão sustentada entre humanos, ou seja, o patógeno não circula livremente de um paciente para outro. ^2,3
• O risco da gripe aviária H5N2 é que não existe imunizante específico para esta variante. Além disso, sem anticorpos e defesas apropriadas, a infecção pode evoluir rapidamente e gerar complicações severas.^2,3
• Para a população, as medidas tradicionais de prevenção continuam efetivas. Alguns cuidados são recomendados: redobrar os cuidados com a higiene pessoal, evitar o compartilhamento de objetos pessoais, cobrir o rosto ao tossir ou espirrar, adotar hábitos de vida mais saudáveis e evitar o contato com pessoas com sintomas suspeitos. ^1-4
  
  

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O que é a gripe aviária H5N2?

A gripe aviária H5N2 é uma variante da influenza A (gripe A), cepa do vírus que pode infectar tanto humanos quanto aves silvestres e criadas para o abate. A influenza aviária foi detectada inicialmente em 1997. Neste primeiro surto, o vírus responsável era da variante H5N1 e foi identificado em aves domésticas. ²

Ao infectar granjas, o patógeno avança rapidamente entre os animais e provoca uma elevada taxa de mortalidade. Para os humanos, o risco ocorre pelo contato com secreções, fluidos e fezes de aves contaminadas. ²

Assim, os trabalhadores de granjas e abatedouros são indivíduos com mais probabilidade de contrair a gripe aviária diretamente dos animais. Porém, isso não significa que haverá transmissão comunitária entre humanos. ²

De fato, dados coletados entre 2003 e 2023 apontam que, aproximadamente, 900 pessoas foram infectadas por variantes da gripe aviária. ²

Vários surtos de influenza ocorrem em animais, como aves silvestres e domésticas, suínos e gado. No entanto, não há evidências de transmissão sustentada em humanos, em que o patógeno circula livremente e causa epidemias. ²

A cepa H5N2 já consta nos dados de monitoramento da influenza aviária. Contudo, a primeira morte em humanos causada por essa variante foi registrada em junho de 2024, no México. O paciente era um homem de 59 anos. Segundo a OMS, ele apresentava outros problemas de saúde que favoreceram as complicações do quadro^{. 1,2}

Como ocorre a transmissão da gripe aviária H5N2?

A transmissão da gripe aviária H5N2 entre aves e humanos, assim como outras variantes da influenza, acontece pelo contato direto com aves vivas ou carcaças contaminadas. O vírus é encontrado na corrente sanguínea, nas secreções e nos excrementos dos animais. ^1,2,3

Nesse caso, ao interagir, mesmo que acidentalmente, com as aves infectadas, o patógeno pode chegar até as vias aéreas do ser humano. Para evitar essa ameaça, é necessário usar máscaras, respiradouros, óculos de proteção e luvas no manejo de granjas e populações de aves silvestres. ^1,2,3

Além disso, é essencial se preocupar com a higiene pessoal antes e depois do contato com os animais. Lavar as mãos, tomar banho e lavar as roupas separadamente estão entre as principais recomendações. ^1,2,3

Qual a diferença da gripe comum para a gripe aviária?

Em geral, os vírus da gripe circulam com mais facilidade entre os indivíduos da mesma espécie. Desse modo, a gripe comum entre os humanos é provocada por cepas distintas dos patógenos que afetam a outras espécies de animais. Esse fator causa diferenças na presença de anticorpos e na evolução do quadro, caso haja contaminação cruzada. ^3,4

Como o sistema imunológico não teve contato com os vírus desse subtipo, não possui células de defesa especializadas no combate a eles. Dessa forma, as respostas iniciais não são tão eficazes e a infecção evolui de forma acelerada. ^3,4

Além disso, há uma incidência elevada de pneumonia e insuficiência respiratória nos casos de gripe aviária. Porém, os registros envolvem a cepa predominante H5N1, a H5N2 é uma variante mais recente e de menor expressão. ^3,4

O diagnóstico laboratorial é essencial para distinguir entre quadros de gripe comum e aviária. ³

Quais são os sintomas da gripe aviária em humanos?

O quadro inicial da influenza não é específico para as variantes. Por esse motivo, a lista de sintomas da gripe aviária é a mesma que a da gripe comum: ^2.3

• febre alta;
• rinorreia (coriza);
• congestão nasal;
• cefaleia (dor de cabeça);
• dor de garganta;
• tosse;
• mialgia (dores musculares).
  
  

Também há risco de apresentar dores abdominais, náusea, vômito e diarreia.

Tratamento para gripe aviária

Devido ao elevado risco de complicações graves e evolução acelerada, o tratamento da gripe aviária pode incluir medicamentos antivirais. Os mais utilizados são os seguintes: ^3,4

• oseltamivir;
• zanamivir;
• baloxavir.
  
  

O oseltamivir e o zanamivir são fármacos inibidores de neuraminidase, proteína viral caracterizada pela letra N. São indicados para impedir que o vírus se reproduza, o que pode reduzir a carga dos patógenos no organismo. ^3,4

O baloxavir é um inibidor de endonuclease. Ou seja, interfere na replicação viral e bloqueia a transcrição do RNA. ^3,4

Além dessas medidas, é possível contar com as recomendações tradicionais: ³

1. fazer repouso e descansar bastante;
2. ingerir líquidos constantemente para evitar a desidratação;
3. comer alimentos leves e fáceis de engolir, como sopas, caldos e canjas;
4. tomar remédios para aliviar os sintomas, principalmente antitérmicos e analgésicos, quando necessário.
   
   

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