Clínica Geral

Constipação Infantil: novas perspectivas e abordagens terapêuticas

A importância de uma abordagem multifatorial, incluindo mudanças na dieta, hábitos de vida e, quando necessário, o uso de medicamentos como suplementação de fibras.

Por Mantecorp Saúde

04/11/2025 - Última atualização: 04/11/2025

Imagem da notícia Constipação Infantil: novas perspectivas e abordagens terapêuticas
 

A constipação funcional (CF) é um problema que acomete cerca de 10-15% da população infantil em todo o mundo, trazendo impacto social, físico e emocional tanto para as crianças como para seus cuidadores.1,2 Globalmente, aproximadamente 25% das consultas de gastroenterologia infantil e 3% das consultas pediátricas acontecem devido a queixa de constipação.2 

O tratamento não farmacológico consiste na educação sobre o tema, desmistificando a CF, em orientações dietéticas, principalmente no que tange consumo de fibras e líquidos, e estratégias de recompensa em crianças em treinamento para desfralde.1 

 

Definição

Segundo a atualização mais recente dos critérios de Roma (Roma IV), o diagnóstico da CF deve ser firmado mediante a presença de pelo menos duas características por um período de no mínimo 1 mês (Tabela 1).1,2 

Tabela 1. Critérios de Roma IV para diagnóstico de constipação funcional em crianças. 

 

Fisiopatologia 

Embora existam diversas causas orgânicas para constipação, incluindo distúrbios endócrinos, metabólicos e anatômicos, apenas 5-10% das crianças com constipação estão relacionados a estas condições. A grande maioria das crianças não apresenta quaisquer alterações, recebendo o diagnóstico de CF.1,2 

Em crianças pequenas, o mais comum é que um episódio de fezes endurecidas e defecação dolorosa sejam seguidos de comportamento evitativo e adiamento da evacuação, o que reforça o ciclo, já que períodos prolongados dentro do intestino propiciam uma maior absorção de água que tende a deixar as fezes mais endurecidas, levando à defecação dolorosa.1 A longo prazo, pode haver alterações de complacência retal que favorecem maior retenção fecal e perpetuam ainda mais o ciclo, por vezes com impactação fecal e incontinência.1 

Fatores psicossociais como estresse e ansiedade podem contribuir de forma importante na CF, assim como a genética, estilo de vida e o microbioma intestinal.1,2 

 

Tratamento 

A educação sobre a CF é o primeiro passo para garantir tratamento adequado, já que apenas um terço dos pacientes têm boa aderência ao plano terapêutico proposto.1,2 É imprescindível que fique claro para a família que o comportamento evitativo da criança com relação à defecação é parte crucial na fisiopatologia da condição.2 

Os cuidadores também devem compreender que não há uma resolução rápida e definitiva para a CF, sendo necessário que o manejo ocorra no dia a dia, de forma contínua. 

 

Conclusão 

A CF é uma condição comum em crianças que pode trazer impacto importante tanto para as crianças quanto para seus cuidadores.1 O tratamento deve ser contínuo e a longo prazo, sendo importante garantir um adequado consumo de fibras e líquidos.1-3 

Em alguns casos pode ser necessário tratamento medicamentoso tanto para manejo de impactação fecal quanto para manutenção, sendo o PEG o medicamento de escolha.1,2 Para pacientes com constipação de mais difícil controle, pode ser necessário associação com laxantes estimulantes, sendo a senna uma opção natural e segura.1-3 

 

Referências bibliográficas

1. de Geus A, Koppen IJN, Flint RB, Benninga MA, Tabbers MM. An update of pharmacological management in children with functional constipation. Pediatric Drugs. 2023 Mar 20;25(3):343–58. 2. Tran DL, Sintusek P. Functional constipation in children: What physicians should know. World Journal of Gastroenterology. 2023 Feb 28;29(8):1261–88. 3. Santucci NR, Chogle A, Leiby A, Mascarenhas M, Borlack RE, Lee A, et al. Non-pharmacologic approach to pediatric constipation. Complementary Therapies in Medicine. 2021 Jun;59:102711. 4. Jones JM. CODEX-aligned dietary fiber definitions help to bridge the ‘fiber gap’. Nutrition Journal. 13, Article number: 34 (2014). Disponível em: https://nutritionj.biomedcentral.com/articles/10.1186/1475-2891-13-34. Acesso em fevereiro/2022.

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