Telemedicina: saiba como atuar com segurança e eficiência
Veja como estruturar seus atendimentos com telemedicina de forma ética, segura e eficiente, de acordo com a legislação vigente no país.
Por Mantecorp Saúde
12/09/2025 - Última atualização: 12/09/2025
Nos últimos anos, a telemedicina deixou de ser uma tendência para se consolidar como um pilar essencial da assistência médica. Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2023 e 2024, profissionais da saúde realizaram cerca de 4,6 milhões de teleatendimentos, entre teleconsultas, laudos e teleinterconsultorias, por meio da Rede Brasileira de Telessaúde 1,4.
Para médicos que atuam em clínicas, consultórios ou hospitais, entender como funciona a telemedicina e saber como aplicá-la de forma ética, segura e eficaz tornou-se parte essencial da prática clínica moderna 1,2.
A seguir, você vai saber mais sobre os fundamentos dessa prática, quais recursos são indispensáveis e como estruturar atendimentos remotos com qualidade assistencial.
Resumo
- Entre 2023 e 2024, o país registrou cerca de 4,6 milhões de teleatendimentos por meio da Rede Brasileira de Telessaúde, o que demonstra a consolidação da prática no país 1.
- A Resolução CFM nº 2.314/2022 regulamenta a telemedicina no Brasil e garante segurança, ética e legalidade aos atendimentos remotos 5.
- Em 2024, aproximadamente 30% dos estabelecimentos de saúde no Brasil ofereciam serviços de teleconsultoria, que são mais comuns na rede pública (38%) do que na privada (23%) 3.
- A prescrição digital tem validade legal quando assinada com certificado digital ICP-Brasil e é aceita por farmácias e drogarias em todo o país 6.
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O que é teleconsulta e como surgiu?
A teleconsulta é um dos principais formatos da telemedicina atualmente. Trata-se do atendimento direto que acontece entre o médico e o paciente, com a mediação das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs), como chamadas de vídeo, plataformas e aplicativos especializados e outros recursos digitais, incluindo prontuários e prescrições eletrônicas 2,3.
A modalidade, que avançou com a pandemia de Covid-19, em 2020, permite realizar avaliações clínicas, diagnósticos, prescrições e acompanhamentos com segurança e confidencialidade dos dados do paciente. A prática surgiu da necessidade de ampliar o acesso à saúde, especialmente em regiões remotas 2,3.
Nos últimos anos, consolidou-se como parte da rotina assistencial em diferentes contextos. Em 2024, cerca de 30% dos estabelecimentos de saúde no Brasil ofereciam serviços de teleconsultoria, com maior presença na rede pública (38%) do que na privada (23%) 3.
Esses números refletem não apenas a crescente aceitação da prática, mas também o esforço contínuo para democratizar o acesso aos cuidados médicos 3.
Com o avanço tecnológico e o fortalecimento das políticas públicas, a teleconsulta se tornou um recurso complementar valioso ao atendimento presencial, já que proporciona mais agilidade, alcance e conveniência para médicos e pacientes 2,3.
Telessaúde: o SUS como pioneiro no Brasil
No Brasil, a história da medicina com consultas online se entrelaça com o surgimento do Programa Telessaúde Brasil Redes, em 2006, por meio do Ministério da Saúde. Trata-se de uma das principais estratégias do Programa SUS Digital, que foca a informatização da rede de atenção à saúde 1,4.
A proposta original era oferecer suporte assistencial e educacional aos profissionais de saúde em áreas remotas. Com a pandemia de COVID-19, houve uma ampliação do uso da tecnologia, o que acelerou a regulamentação 1,4.
Em 2022, o Conselho Federal de Medicina publicou a Resolução CFM nº 2.314/2022, que define e regulamenta a prática no Brasil 5. Afinal, a modalidade já se consolidou como um instrumento essencial para ampliar o acesso à saúde de qualidade, especialmente para populações em regiões remotas ou com oferta limitada de serviços presenciais 1-5.
Como funciona a telemedicina?
Como vimos, trata-se de uma consulta médica que ocorre na modalidade não presencial, com a mediação de TDICs, e envolve médico e paciente localizados em locais diferentes. Assim, pode abranger 5:
- Teleconsulta;
- Teleinterconsulta;
- Telediagnóstico;
- Telecirurgia;
- Telemonitoramento ou televigilância;
- Teletriagem;
- Teleconsultoria.
Para funcionar adequadamente, é necessário contar com plataformas seguras, conexão estável, dispositivos com câmera e microfone, além de infraestrutura que garanta a privacidade e segurança dos dados dos pacientes 5.
Atualizações recentes e tendências
Com o avanço das tecnologias de inteligência artificial, plataformas para a prática da medicina em ambiente digital estão cada vez mais integradas a prontuários eletrônicos, assistentes clínicos virtuais e recursos de triagem automática 2.
A seguir, entenda como atender com telemedicina de acordo com as recomendações atuais.
Como atender com telemedicina?
Para iniciar o atendimento remoto, o médico deve 2,5:
- usar um dispositivo com acesso à internet;
- certificar-se de usar um dispositivo e uma plataforma que garantam a integridade, a segurança e o sigilo das informações do paciente;
- ter a assinatura digital conforme a ICP-Brasil;
- emitir o receituário para medicamentos controlados conforme o modelo da Portaria SVS/MS n° 344/1998.
Como estruturar o atendimento remoto? 6 dicas
Antes de iniciar, é importante organizar o ambiente e os processos 2,5:
- Escolha um espaço reservado, silencioso e com boa iluminação;
- Use equipamentos de qualidade, como computador ou tablet com câmera HD e áudio nítido;
- Teste a conexão de internet antes de cada consulta;
- Tenha uma rotina de agendamento e confirmação das consultas;
- Mantenha um canal de suporte ao paciente para dúvidas técnicas;
- Registre o atendimento em prontuário eletrônico com os dados que o CFM exige.
Agora que você já sabe como estruturar o atendimento remoto, entenda quais recursos podem ajudar na sua prática clínica.
Quais recursos são essenciais para começar a atender online?
Alguns itens são fundamentais para garantir um atendimento ético e eficiente 2,5:
- plataforma digital que siga a LGPD e a Resolução CFM 2.314/2022.
- certificado digital (ICP-Brasil) para assinatura de documentos, ou outro padrão legalmente aceito.
- prontuário eletrônico com integração segura.
- equipamentos com boa qualidade de áudio e vídeo, como câmeras, fones de ouvido e microfones, além de iluminação adequada.
- canal de atendimento ao paciente para orientações prévias.
- treinamento para a equipe sobre fluxos e protocolos.
Quais os benefícios da teleconsulta para profissionais de saúde?
A adoção da teleconsulta traz ganhos importantes para a prática médica 2:
- amplia o acesso ao atendimento, inclusive em localidades remotas;
- reduz custos operacionais com estrutura física;
- otimiza o tempo de consulta e organiza a agenda;
- permite acompanhamento mais frequente de pacientes crônicos.
FAQ
A telemedicina é permitida no Brasil?
Sim, é um formato regulamentado pela Resolução CFM nº 2.314/2022. De acordo com a legislação, os profissionais devem respeitar os princípios éticos, de privacidade e segurança, além de exigir consentimento do paciente. O uso deve sempre preservar a qualidade assistencial e não pode substituir integralmente a consulta presencial, que é considerada o padrão-ouro da medicina, salvo em situações autorizadas 5.
Como garantir a segurança dos dados dos pacientes?
Para proteger os dados, o médico deve usar plataformas seguras, que estejam em conformidade com a LGPD. Além disso, é importante utilizar redes protegidas, equipamentos pessoais com antivírus e sistemas que permitam armazenamento criptografado das informações. O médico também deve orientar o paciente sobre como manter sua privacidade durante a consulta 5.
A receita digital tem validade legal?
Sim. A prescrição digital tem validade legal, desde que apresente assinatura do médico com certificado digital ICP-Brasil. O documento deve conter todos os elementos obrigatórios que a lei exige. Além disso, farmácias e drogarias estão habilitadas a aceitar receitas digitais, desde que possam verificar a autenticidade do documento e da assinatura 5,6.
Qual a diferença entre teleconsulta e teleinterconsulta?
Enquanto a teleconsulta envolve o contato direto entre o médico e o paciente, a teleinterconsulta é uma prática que envolve dois ou mais profissionais de saúde. Seu objetivo é compartilhar opiniões, discutir diagnósticos e condutas, ou encaminhar casos para outros especialistas 2,7.
Essa troca é especialmente relevante em contextos multidisciplinares ou quando um médico geral precisa da opinião de um especialista. Ambas as modalidades são regulamentadas pelo CFM e devem seguir os mesmos princípios éticos e técnicos 7.
A consulta online tem o mesmo valor clínico que a presencial?
Sim, desde que o profissional a conduza com os mesmos critérios técnicos e éticos. A qualidade da anamnese, da escuta e da orientação deve ser equivalente. No entanto, há situações em que o exame físico é essencial, e o profissional deve ter discernimento para indicar o atendimento presencial quando necessário 2,5.
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